Boas Práticas de Programação: Fundamentos para Escrever Código Limpo (Parte 1)

Olá comunidade!

Você já olhou para um código antigo e pensou: “quem escreveu essa bagunça?” – só para perceber que foi você mesma(o)? 🫠

Pois é. Escrever código que funciona é uma coisa. Escrever código limpo, legível e fácil de manter é outra totalmente diferente.

Neste primeiro artigo da série sobre boas práticas de programação, vamos falar dos fundamentos: os princípios que servem de base para todo código de qualidade.

O que são boas práticas de programação?

Boas práticas de programação são hábitos, padrões e técnicas adotadas pela comunidade de desenvolvedores ao longo dos anos com o objetivo de tornar o código mais confiável, limpo e sustentável.

Elas não dizem respeito apenas ao funcionamento do código, mas à sua qualidade estrutural – como ele é escrito, organizado, documentado e mantido. Quando seguimos boas práticas, estamos escrevendo código que:

  • É fácil de entender, mesmo por outras pessoas (ou por você mesmo, daqui a seis meses)
  • Pode ser mantido, corrigido ou evoluído com segurança por diferentes desenvolvedores
  • É menos propenso a erros e comportamentos inesperados
  • Escala melhor conforme o projeto cresce, sem se transformar em um emaranhado de gambiarras

Mais do que uma lista de regras, boas práticas são uma mentalidade de cuidado com o código. Assim como um bom texto é escrito pensando no leitor, um bom programa é escrito pensando no(a) próximo(a) desenvolvedor(a) que irá lê-lo – que muitas vezes, será o(a) próprio(a) autor(a).

Adotar boas práticas desde cedo ajuda a evitar dívidas técnicas, melhora a produtividade no longo prazo e reduz significativamente o custo de manutenção de um sistema.

Por que isso importa?

Porque a maior parte do custo de software não está em escrever o código, mas em manter ele depois.

“Código é lido muito mais vezes do que é escrito.” — Robert C. Martin (Clean Code)

Se o seu código for difícil de entender, você mesmo vai sofrer para mexer nele no futuro.

Princípios Fundamentais

Vamos ver alguns princípios fundamentais que servem como base para escrever código limpo, sustentável e profissional. Eles não são regras rígidas, mas sim guias que ajudam a tomar boas decisões de design no dia a dia da programação.

Aplicando esses princípios, você evita armadilhas comuns e melhora a qualidade do seu software desde as primeiras linhas de código.

1. KISS – Keep It Simple, Stupid

A simplicidade é uma virtude. Não tente ser esperto(a) demais – seja claro!

Evite isso:

# compacta tudo em uma linha só
return "".join([c for c in s if c.isalpha()]).lower()

Prefira algo mais legível:

def clean_string(s):
    result = []
    for char in s:
        if char.isalpha():
            result.append(char)
    return "".join(result).lower()

2. DRY – Don’t Repeat Yourself

Código duplicado é armadilha. Sempre que você copia e cola um trecho, está criando um futuro problema.

Evite:

total_price = item.price * item.quantity
# ...
invoice_total = item.price * item.quantity

Use:

def calculate_total(item):
    return item.price * item.quantity

3. YAGNI – You Aren’t Gonna Need It

Não escreva código para “possíveis necessidades futuras”.

Se não é necessário agora, não implemente ainda. Código desnecessário é dívida técnica.

4. Código legível é melhor que código “inteligente”

Código que só você entende não é genial — é perigoso.

Evite “mágica”:

a = ~~(x/2)

Prefira clareza:

a = Math.floor(x / 2)

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Conclusão: Comece com a base

Boas práticas de programação não são um luxo nem algo opcional — elas são o alicerce de qualquer sistema saudável e duradouro!

Projetos que ignoram esses princípios podem até funcionar no curto prazo, mas inevitavelmente se tornam difíceis de manter, lentos de evoluir e cheios de bugs silenciosos.

Ao aplicar fundamentos como KISS (Keep It Simple, Stupid)DRY (Don’t Repeat Yourself) e YAGNI (You Aren’t Gonna Need It), você está dando passos conscientes rumo a um código mais limpo, modular e profissional. E mais importante: está escrevendo pensando em quem vai manter o sistema no futuro, incluindo você mesmo(a).

Esses princípios não exigem ferramentas caras ou linguagens específicas – apenas atenção, disciplina e vontade de melhorar constantemente.

Comece pequeno, aplicando uma melhoria por vez. Refatore quando possível. Escreva com clareza. Evite complicações desnecessárias. Esse é o caminho para se tornar um(a) programador(a) de verdade — aquele(a) que não só escreve código que roda, mas que cria soluções confiáveis e elegantes!

Leitura recomendada


👉 O que vem a seguir?

No próximo artigo da série, vamos ver como aplicar boas práticas na estrutura do código, abordando nomes de variáveis, funções bem definidas, organização de arquivos e mais.

Até a próxima semana! 🩷